Escolher entre parto normal e cesárea é um direito da mulher. Mas, antes de tomar sua decisão, ela deve ser bem informada sobre cada opção. No Brasil, muitas gestantes acabam influenciadas a escolher pela cirurgia, enquanto outras sequer são consultadas sobre seus desejos. Isso fez com que os números de cesariana chegassem a índices altíssimos e o poder público lançasse medidas para reverter o quadro. A última delas foi divulgada na última segunda-feira (30/11). Confira a seguir.
Brasil tem altos índices de cesariana
Segundo a organização Mundial da Saúde (OMS), os números de cesarianas no Brasil estão muito além do aceitável. Enquanto o recomendado é que a cirurgia corresponda a um máximo de 15%, no país, a taxa chega à casa dos 80%.
Os números são ainda mais alarmantes quando avaliado apenas o setor particular do atendimento à saúde. Em grande parte, isso se deve à possibilidade de agendamento (o parto normal pode acontecer à noite e no fim de semana, por exemplo), o tempo de procedimento e à melhor remuneração oferecida ao médico que faz um parto cesárea pelo plano de saúde.
Nova resolução
A Agência Nacional de Saúde (ANS), órgão responsável por regular os planos de saúde, vêm adotando uma série de medidas para diminuir os números de cesariana, como a divulgação de taxas de tipo de parto por médico e plano de saúde e o partograma, documento que contém a descrição detalhada de todo o procedimento.
Na última segunda-feira (01/12), a Justiça Federal determinou novas ações que deverão ser adotadas pela ANS. Entre elas, está a definição de que os planos de saúde deverão pagar aos médicos pelo parto normal um valor três vezes maior que o pago pela cesariana.
Além disso, o documento determina que as operadoras de planos de saúde e hospitais credenciem e possibilitem a atuação de enfermeiros obstétricos e obstetrizes no acompanhamento do parto. Por último, a ANS deverá criar notas e indicadores para as operadoras de saúde de acordo com o número de cesáreas.
Bolsa de Mulher