
Se é verdade que a primeira impressão é a que fica, o inhame estaria lascado. O tubérculo não tem lá uma das aparências mais bonitas mas, digamos, tem conteúdo. O cabeludo de cor acinzentada é excelente para o organismo. E é por isso que muita gente vem apostando nele e até se esquece da falta de beleza. Afinal, quando o assunto é saúde não pode haver trocadilho e nem brincadeira.
Juliana Távora, nutricionista da Onodera de Belo Horizonte, diz que o inhame possui alta densidade nutritiva, sendo rico em potássio, fósforo, vitamina A, cálcio e vitaminas do complexo B. "Além disso, apresenta baixa concentração de gorduras", pontua.
Ele também se enquadra na lista de alimentos funcionais e apresenta fácil digestão e absorção. É uma excelente opção para quem sofre de úlcera ou gastrite. Por ser um alimento fonte de fibras, o inhame auxilia no bom funcionamento intestinal. "Entretanto, não adianta consumir alimentos de alto teor de fibras se não houver ingestão adequada de água", alerta Juliana.
O tubérculo é indicado para pessoas que vivem cansadas, fadiga ou sem energia e muito recomendado para aumentar a imunidade. Também é um grande aliado na prevenção de doenças cardiovasculares. "Ele limpa o sangue e purifica o organismo por conter a vitamina B6, que elimina uma substância chamada homocisteína, responsável por danificar as paredes dos vasos sanguíneos", revela Priscila Aparício, nutricionista da Clínica Pró Saúde. Além disso, ele possui diosgenina, substância com ação hormonal. "Ela ajuda na redução da pressão arterial e colesterol", completa Juliana.
Existem, ainda, outros benefícios, especialmente para as mulheres: a diosgenina auxilia na redução dos sintomas da menopausa e TPM. "Há pesquisas que indicam o alimento como tratamento alternativo para os calores, o ressecamento da mucosa em casos de menopausa e, ainda reduz a irritabilidade durante o período menstrual", esclarece Priscila. Maridos, namorados e afins agradecem! Ah, e segundo a especialista, alguns estudos da universidade de Nova York, nos Estados Unidos, dizem que o tubérculo influencia na fertilidade.
Aqueles que estão de dieta podem, sim, usar o inhame no cardápio. O alimento é um bom regulador de peso por ser rico em fibras. Dessa forma, promove sensação de saciedade e auxilia no bom funcionamento intestinal. Cada 100 gramas de inhame cozido - a melhor forma de consumo - apresentam uma média de 100 Kcal. Mas o preparo influencia nas calorias. "Caso ele seja feito refogado, frito ou sautê há um aumento no valor calórico devido a gordura de adição", avisa Juliana.

O inhame é um alimento fonte de carboidratos complexos, ou seja, é absorvido lentamente no organismo não causando picos de glicemia. Logo, pessoas portadoras de diabetes também podem fazer uso dele. No entanto, não deve haver exagero na quantidade, ok?
Achamos por aí o inhame in natura ou em forma de farinha. "Se a opção for in natura, na hora da compra deve ser observado se está firme, sem áreas amolecidas ou sinais de brotação", ensina Priscila. Conservar em local arejado ajuda a aumentar sua durabilidade. E as maneiras de preparo são variadas. "O tubérculo pode ser cozido, assado ou feita a farinha na produção de bolos, pães, biscoitos, sopas e pudins", sugere Juliana. Quer testar algumas receitinhas super fáceis?
Suco: Esprema um limão, pique um inhame e uma maçã. Bata tudo no liquidificador com meio litro de água e sirva com gelo.
Purê: Cozinhe, descasque e amasse com um garfo, acrescente margarina e um pouco de molho de soja, salpique salsinha e sirva.
Pastinha: Utilize a mesma receita do purê e acrescente os temperos naturais e uma beterraba cozida e liquidificada.
Pizza de frigideira: Rale inhames crus, misture com farinha de arroz ou de milho, tempere a gosto; achate a massa numa frigideira antiaderente e deixe assar dez minutos de um lado, dez do outro. O ponto da massa não deve ser nem seco nem aguado.
Nhoque: Cozinhe os inhames, descasque, amasse com farinha de trigo e uma pitada de sal marinho. Enrole em cordões, corte, ponha para cozinhar de pouco em pouco numa panela com água fervendo. Quando os nhoques subirem é que estarão cozidos. Se puder, substitua parte da farinha de trigo comum por outra que seja integral.