60% dos estados monitoram acesso ao ensino remoto: resultados mostram 'apagão' do ensino público na pandemia


Após pouco mais 100 dias de suspensão das aulas presenciais pelo país para conter a pandemia do coronavírus, um levantamento do G1 junto às secretarias estaduais de educação aponta que 15 dos 25 estados que implantaram atividades à distância monitoram a adesão dos estudantes ao ensino remoto. Os índices mostram também que as aulas on-line não são acompanhadas por todos os alunos.
Isso significa que, apesar dos esforços das redes, parte dos estudantes pode não ter acesso à educação na pandemia. As razões são várias – e incluem falta de estrutura em casa, de computadores ou de conexão. A alternativa para os alunos é recorrer às atividades impressas ou à transmissão por outras mídias, como TV aberta ou via rádio. Nesses casos, também é difícil mensurar quantos estudantes estão efetivamente assistindo ao conteúdo.
Quase 4 meses após a suspensão das aulas presenciais, o balanço do G1 aponta que:
  • 25 estados e o DF implantaram aulas remotas: AC; AL; AM; AP; CE; ES; GO; MA; MG; MS; MT; PA; PB; PE; PI; PR; RJ; RN; RO; RR; RS; SC; SE; SP; e TO.
  • Na BA, não há aulas on-line, mas, sim, roteiros de estudo.
  • No PI, apenas 9% dos alunos da rede estadual de ensino assistem às aulas pela internet – 91% estão fora das plataformas on-line de educação.
  • Em RR e SP, mais da metade dos alunos não tem acesso aos conteúdos pelas plataformas digitais.
  • Em 5 estados, o ensino on-line não chega de 20% a até 25% dos estudantes.
  • Em 7 estados, o ensino on-line não chega a até 15%.
“Um resumo que pode ser feito é que foram meses de incertezas e improvisos imensos", afirma Priscila Vieira, professora em Goiás.
Os dados não apenas revelam um "apagão" do ensino público na pandemia – eles acendem o alerta quando se observa que a maioria dos estados vai adotar as aulas remotas como equivalentes às aulas presenciais.

G1 RN