O cérebro é uma gangorra de neurotransmissores, que são substâncias produzidas pelos neurônios e que estimulam ou reduzem a atividade cerebral. A cafeína interage diretamente com esses componentes, levando aos seguintes efeitos:
Ação antidepressiva
Segundo a endocrinologista Rosália Padovani, membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, a cafeína age nos receptores de adenosina, que são responsáveis pela manutenção e produção de neurotransmissores importantes para o humor por fornecerem a sensação de bem-estar e euforia.
Estimulante
A cafeína inibe os receptores do neurotransmissor ácido gama-aminobutírico, conhecido como GABA, que é uma espécie de sedativo natural. Ao impedir a ação dessa substância, o cérebro fica mais atento, o que justifica o efeito estimulante que deixa alerta e tira o sono.
Ação analgésica
A cafeína pode auxiliar no tratamento de alguns tipos de dor porque tem efeito vasoconstritor, combatendo dores causadas pela dilatação súbita das artérias, como a enxaqueca.
Um estudo da Embrapa realizado em conjunto com a Universidade de Brasília descobriu que o café tem ação semelhante a da morfina, amenizando ansiedade e dores.
No estômago
O café estimula a produção de ácido clorídrico no estômago, que é o ácido gástrico, irritando o órgão e gerando dor e desconforto. Isso explica porque café dá azia.
O incômodo é percebido principalmente em quem sofre de gastrite, condição caracterizada pela presença de lesões superficiais na mucosa do estômago, sendo contraindicado para tais indivíduos.
Nos rins
A cafeína dilata os vasos sanguíneos dos rins e, em consequência, estimula a secreção de urina. Contudo, este efeito do café não faz mal se não houver exagero na dose, o que pode levar a perda de líquido excessiva.
Para o sistema reprodutor
De acordo com o clínico geral e nutrólogo Roberto Navarro, o café pode fazer o hormônio feminino estrogênio circular no sangue por mais tempo, mas isso não interfere positiva ou negativamente no organismo.
Já a endocrinologista explica que a bebida pode elevar os níveis do níveis de estrogênio, gerando alterações no ciclo menstrual e dores na mama.
Como há divergência de opiniões, o ideal é não exagerar e, caso haja algum sintoma, buscar um médico.
Para o coração
Doenças cardiovasculares
Uma pesquisa da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP) descobriu que consumir uma xícara de café por dia protege o coração de doenças cardiovasculares. Isso ocorre porque a bebida contém polifenóis, antioxidantes naturais que evitam a ação dos radicais livres, estruturas que oxidam células saudáveis.
Ainda por cima, a bebida estimula o aumento da frequência cardíaca ao mesmo tempo em que causa dilatação dos brônquios, facilitando a respiração.
Pressão
A médica Rosália Padovani diz que o café pode ser bebido sem medo, já o nutrólogo Roberto Navarro afirma que a bebida realmente aumenta a pressão.
Neste caso, o ideal é conversar com seu médico sobre os prós e contras em cada caso e sempre evitar o consumo excessivo.
Contra diabetes
Um estudo da Universidade de Harvard descobriu que o consumo de café reduz o risco de diabetes tipo II. No entanto, ainda são necessárias mais pesquisas que confirmem a relação.
Café emagrece?
De acordo com o nutrólogo Roberto Navarro, o café auxilia a perda de peso porque estimula a lipólise, que é a quebra de gordura. Isso faz com que o tecido gorduroso fique disponível para que o corpo o utilize como fonte de energia, de modo a eliminá-lo.
Já a médica Rosália Padovani ressalta que café em excesso causa efeito rebote no emagrecimento pois aumenta a quantidade de hormônio do estresse, o cortisol, o qual está ligado ao aumento do peso.